Eu quero um fogo
Sentir queimar meus desejos
Eu quero um homem ao meu lado
Não um garoto que corre e se esconde
Você lutaria por mim?
Morreria por mim?
Viveria e respiraria por mim?
Você se importa comigo?
Porque se não, você pode ir
Sinto uma forte ligação com essa tempestade que grita aí fora. Pingos de chuva fazem formatos no vidro da sala que logo desmancham. Não consigo ver nada além do vidro embaçado. O vento frio sopra e sinto como se aquela cena estivesse em câmera lenta: pingo por pingo, caindo e se misturando... O tempo já não passa mais, é tempo de chuva. O silêncio toma conta da casa e ainda não consigo ver nada. Encosto a cabeça na janela e por um segundo, sinto chuva dentro de mim. Chuva que lava e pede pra levar tudo que um dia me feriu. A chuva aí de fora, na verdade é chuva dentro de mim, aqui. Berrando, pedindo pra transbordar. E quando finalmente consigo ver além do vidro, percebo que não é muito diferente do lado de dentro: vazio, calado, chuvoso.
Tudo está no seu devido lugar. Isso me incomoda. Porque não estou satisfeita? O que quero, então? A vida segue tão bem, as vezes esqueço o dinheiro do lanche, tropeço no asfalto esburacado ou não consigo dormir direito uma noite ou outra... Deveria me conter com isso. Meu cabelo é ruim mesmo, meu quarto ainda é rosa-dozeanos e eu nunca consigo explicar o vazio constante dentro de mim... Não se me falta ou sobra. Ou os dois, quem sabe. E sinceramente, tenho medo de saber.
“Ensinam muitas coisas às garotas: Se um cara lhe machuca, ele gosta de você; nunca tente aparar a própria franja; e, um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre. Todo filme e toda história implora para esperarmos por isso: a reviravolta no terceiro ato, a declaração de amor inesperada, a exceção à regra. Mas às vezes focamos tanto em achar nosso final feliz que não aprendemos a ler os sinais, a diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer, entre os que vão ficar e os que vão nos deixar. E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível. Talvez seja você sozinha recolhendo os cacos e recomeçando, ficando livre para algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isto: saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo constrangimento, você nunca perdeu a esperança.” ( Ele não esta tão afim de você - 2009 )